Morte Súbita - J. K. Rowling

23 de abril de 2014

Morte Súbita
J. K. Rowling
Tradução: Izabel Aleixo, Maria Helena Rouanet
Editora: Nova Fronteira
504 páginas
2012

Morte Súbita é o primeiro romance adulto da J. K. (autora da série de livros Harry Potter) e conta a história de muitas pessoas, de uma comunidade: Pagford. Honestamente, esse livro conta uma história que não parece importante e nem parece ser digna de um livro de 500 páginas. Porém, de alguma forma, J. K. consegue tornar o livro muito bom. E por isso que eu tiro um lápis da nota: porque o enredo não é lá muito interessante. Mas compensa na maneira como é narrado. 

São muitos personagens (não chega a ser Game of Thrones, mas também não é uma série) e eu levei mais ou menos até a metade do livro para me sentir segura em associar os nomes aos apelidos e às descrições. Então acho que o mais importante não é cada personagem, mas o que todos eles transmitem sobre a cidade. 

O livro começa com a morte de um homem e a respectiva vacância que abre no conselho de Pagford. Tudo se desenvolve daí, aparentemente, como as pessoas gostam ou não dele, se se importam ou não com sua morte. Existe um conflito histórico-político que envolve um bairro chamado Fields, que foi, para a infelicidade de muitos moradores, incorporado a Pagford anos atrás. Fields é uma região carente, conhecido por venda de drogas e casas sujas e mal cuidadas. A pequena população de Pagford se divide em Pró-Fields e Anti-Fields. 

E a verdade é que Morte Súbita fala de como as pessoas podem ser egoístas mesmo com a melhor das intenções. Ou mesmo mesquinhas, super concentradas em seus próprios problemas. O livro é também um guia sobre como não tratar seus filhos, as pessoas com quem consegui simpatizar foram os adolescentes da cidade. Porque por mais humanos que fossem, por mais que eu conseguisse ver diversas características comuns nos personagens, em algum momentos todos os que tinham filhos (praticamente todos os adultos) eram, de diferentes formas, muito falhos como pais. Seja por extrema falta de atenção, ou excesso de mimo, ou mesmo violência. 

Então J. K. Rowling consegue me fazer ficar interessada em uma vaga no conselho de uma cidadezinha de interior da Inglaterra. E consegue me fazer ficar interessada no que vai acontecer com a vida de diversas pessoas desagradáveis. Talvez seja pelas cenas fortes ou por tantos assuntos polêmicos tratados com tanta naturalidade: bullying, drogas, sexo, marginalidade, preconceito. Não é um livro com ação, é um livro que te provoca pensar e definitivamente acaba emocionando. 


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