[Retroprojetor #66] Dezesseis Luas

19 de janeiro de 2015

Beautiful Creatures
Diretor: Richard LaGravenese
Gênero: Romance/Fantasia
Warner Movies
124 minutos

 Eu vi esse filme eras atrás, e o retroprojetor dele está sentado nos rascunhos há um tempão, juntando poeira, por que eu não tenho palavras pra descrever o que foi a versão cinematográfica de 16 luas. Pra quem não lembra, ou nunca soube,  eu tenho os dois primeiros livros da série e sou bastante apegada a ambos, como você pode ver nas resenhas antigas dos mesmos, aqui e aquiEntão nem preciso dizer que eu estava esperando pelo filme, e assistí-lo foi simplesmente... uma decepção. Acabou sendo uma adaptação assim bem no estilo Percy Jackson: a história é a mesma do livro... SÓ QUE NÃO.

"Muita gente fica triste quando chove".
"Chove por que eu estou triste"
Ethan Wate é um estudante que mora em Gatlin, uma pequena cidade sulista dos Estados Unidos. Lenna Duchannes, uma adolescente transferida para o seu colégio, membro de uma família sombria e misteriosa que não é muito bem aceita na cidade. Ethan, que não é lá muito fã da sua pequena cidade do interior, fica imediatamente interessado na menina nova, com quem ele sente uma conexão especial. Logo ele descobre que ela possui poderes sobrenaturais e que quando ela fizer 16 anos sua natureza será decidida: para o bem ou para o mal. Mas já é tarde, por que eles se apaixonam e agora devem lutar contra uma maldição  - e contra a desaprovação de toda cidade - se quiserem ficar juntos.

Dizer que 16 luas foi apenas levemente baseado é brincar com a verdade. O filme escolheu uns elementos da história, deu uma adaptada, mudou o final, mudou o meio, mudou o básico dos personagens.O resultado foi um filme com um final meio mé, especialmente considerando que é um filme voltado para o público jovem, e que não funciona muito bem sozinho e nem tem nada a ver com o que foi visto nos livros. O clima do filme é até super legal, o mundo meio gótico sombrio dos Duchannes versus a vida pacífica e tradicional da cidade sulista caiu super bem na fotografia do filme e no correr da história, mas acabou parando por aí. 

Eu já tinha comentado o meu pé atrás com os atores protagonistas na resenha de 17 luas: o ator que eles escolheram pra fazer o Ethan já deixava bem óbvio que a construção do personagem seria diferente. No livro o Ethan era popular até pouco antes da chegada da Lena e da morte da mãe; jogava basquete, namorava uma líder de torcida, participava dos eventos populares. No filme ele não vai muito além de um nerd que está sempre sonhando em ir embora, meio queridinho, meio desprezado pelos colegas de classe. Ele já aparece como outcast no filme pra ter uma ligação mais imediata com a Lena. No livro, Ethan é um membro normal e aceito da comunidade de Gatlin, tentando conseguir essa mesma aceitação pra Lena, uma estrangeira, de uma família para qual a cidade olha meio de lado que afinal de contas não é normal tem poderes e faz chover quando está chateada.

Creepy Lena is Creepy
Mas, não me entenda mal, não foi tudo horrível: a narrativa ainda era legal, os efeitos estavam incríveis (a Warner não economizou não), o cast estava cheio de nomes de peso que fizeram um trabalho impecável. Emmy Rossum estava maravilhosa como Ridley, a prima fabulosa das trevas, assim como a diva Emma Thompson fazendo a vilã psicótica. Ainda tivemos a Viola Davis fazendo a Amma, minha personagem favorita e completamente overlooked no filme, e Jeremy Irons fazendo o tio Macon, de longe a figura mais exótica do livro. Sem contar que muitas frases do livro, lindas e adoráveis, deram as caras pelo filme e fizeram os gifs do tumblr mais bonitos. Mas, ainda sim, a história não andou muito bem. O romance agua com açucar te levou, te enredou, até te fez se importar com uns protagonistas nem assim tão carismáticos, e aí te deixou morrer na praia.

Diva suprema Emma Thompson tho
No geral, fiquei em cima do muro. Por que apesar de ter detestado o final, até eu reparar que a direção pra qual o filme estava caminhando era completamente diferente do que devia ser, eu estava me divertindo. As diferenças na adaptação eram aceitáveis até que o filme simplesmente recontou o final da história. Eu não sei se foi feito do jeito que foi por que o filme não teria continuação mesmo, ou se eles simplesmente quiseram inovar. O que eu sei é: não deu certo. 

Enfim, não estou certa se recomendo 16 luas pra ninguém, não. Vou acabar esse retroprojetor devidamente sentada em cima do muro. Não sei. Tenta a sorte, se estiver animado. Vai que você é menos cri cri que eu?

Beijo, beijo,


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