Vocês com certeza já perceberam que o blog anda bem parado e acho que eu ainda não cheguei a fazer nenhum post em 2015. Estava querendo voltar e sempre ficava em dúvida sobre o que escrever primeiro. Mas a verdade é que ano passado conheci um autor que amei, não dava para não recomendar: O Raphael Montes. Ele é um carioca que escreve literatura policial e de terror. É bem novo, nascido em 1990, mas que já tem três livros publicados: Suicidas, Dias Perfeitos e O Vilarejo.
Suicidas é o primeiro livro lançado dele, em 2010, lançado pela editora Benvirá. Conta a história de nove jovens que são encontrados em um porão, após participarem de uma roleta russa. Aparentemente nenhum deles teriam motivos para participar e se matar, e o livro mostra as investigações um ano após o ocorrido. É dividido em três narrativas: o diário de um dos jovens antes do evento, um caderno com anotações feitas no dia da roleta russa e uma reunião das mães das vítimas com uma delegada lendo o caderno recém encontrado.
Suicidas foi um dos livros que mais me prendeu esse ano. A premissa em si já considero muito instigante, que é entender as motivações dos jovens a cometerem suicídio. Mas a alternância de narrativas revela detalhes aos poucos e te faz querer ler tudo de uma vez para entender tudo. E quando o final chega, ele não decepciona. Super inteligente (e dá um certo medinho!).
Dias Perfeitos foi o segundo livro lançado do autor, pela Companhia das Letras. Nele, conhecemos Téo, um estudante de medicina bastante sozinho. Até que um dia ele conhece Clarice, uma menina cheia de vida e sonhos e se apaixona rapidamente por ela. Teo, inclusive, tem um plano de conquista: sequestrá-la.
Esse livro foi o primeiro que eu li do autor e quando penso nele, lembro de como fiquei tensa lendo. Acompanhamos os momentos de Clarice com Téo e ele consegue ser uma pessoa muito ruim com ela, ao mesmo tempo que justifica querer o seu bem e amá-la acima de tudo. Me senti muito mal pela Clarice o tempo todo. Assim como em Suicidas, Dias Perfeitos desperta aquela vontade de ler rápido para saber como vai terminar e o ritmo desse livro é muito bom, então ajuda.
Infelizmente achei que a partir de um ponto acontecem coisas demais e que o livro acabou ficando corrido. Mesmo assim, temos um final inesperado que até hoje sinto que não consegui digerir bem. Não sei dizer se realmente gostei de como acaba, mas confesso que parte de mim admirou muito o desfecho do livro.
Por fim, vamos falar de O Vilarejo? SIM! Foi lançado no último ano pela Suma de Letras e é um livro de contos de terror. Todos os contos abordam histórias sobre os moradores de um mesmo vilarejo.
Quando eu penso em uma palavra para descrever esse livro, penso sempre em "perfeito". Não vou dizer que é meu livro favorito da vida, mas não consigo pensar em nada que não tenha gostado. Gostei de todos os contos, gostei de como eles se ligam, de como o livro termina bem amarradinho. Gostei das ilustrações, do prólogo e do epílogo. Foi amor do momento que eu abri o livro até terminá-lo.
E, mesmo com tanto amor, devo dizer que os contos de O Vilarejo são realmente aterrorizantes na medida certa. Eles te assustam tanto pelo conteúdo da história quanto pela maldade presente dentro de muitos daqueles personagens. E, devo dizer de novo, eu gostei de todos os contos, o que acho relativamente raro em um livro nesse formato.
O post ficou gigante, mas tentei dar as minhas impressões sobre os três livros de uma vez e para terminar dizendo que vocês precisam conhecê-lo! Raphael Montes foi a melhor descoberta de 2015 e já estou aguardando as próximas obras dele. Por isso mesmo, devo encerrar esse post com um pedido, na esperança de que ele venha a lê-lo por um milagre:
Escreva mais, por favor |
Beijos!