O Trono de Fogo, Rick Riordan.

16 de dezembro de 2011


  Aqui estou para falar de um vício: Rick Riordan. Trono de Fogo é a continuação de Pirâmide Vermelha, primeiro livro das Crônicas dos Kane, como é chamada a coleção voltada para o mundo egípcio do Tio Riordan. E embora a saga dos Kane não seja minha favorita entre as obras do Rick (Percy, tô contigo) , eu também gosto bastante dela.

  A resenha pra Pirâmide Vermelha você encontra aqui, feita pela Cé há muito tempo atrás. Mas, pra fins práticos, vou resumir: Pirâmide Vermelha conta a história de Carter e Sadie Kane, dois irmãos, mais diferentes impossível, que quase não se viam e, depois de perderem o pai, vão morar com o tio nos Estados Unidos, descobrem que são descendentes de deuses egicipios, dotados pra magia, e que precisam reviver o antigo caminho desses deuses para salvar o mundo.

  Trono de Fogo se passa algum tempo depois dos acontecimentos da Pirâmide Vermelha, e começa com Carter e Sadie tentando roubar uma estátua egicipcia gigante do Museu do Brooklin, para encontrar uma pista para o Pergaminho de Rá, que vai reviver o deus-sol (se eles tiverem sorte) e possibilitar que ele retome sua rotina lutando pra sempre contra a Serpente Apófis, a personificação do mal. É, eu sei, sutil. Eles estão junto com Walt e Jaz, seu aprendizes, dois dos vinte reunidos a partir do pedido que eles gravaram em fita com a história da Pirâmide Vermelha. E, como essa é uma história dos Kane, a coisa sempre pode ficar pior: eles tem quatro dias pra encontrar e juntar as três partes do pergaminho de Rá, decifrar sua magia, reviver o deus e impedir que Apofis, a cobra gigante do mal, engula o Sol e termine com o mundo.

  E como os dois irmãos não estão mais dividindo o corpo e a mente com Isis e Horus, embora ainda tenham contato com eles em algum lugar, eles estão completamente por eles mesmos, sem a ajuda extra dos milênios de experiência e conhecimento divino. Eles só tem um ao outro e a Bes, que substitui Bastet na tarefa de guardião dos irmãos.

  Pausa pra falar bem do Bes. Bes é o deus dos anões, muito popular entre as classes mais baixas do antigo Egito. Ele, literalmente, assusta os inimigos enquanto em batalha, enviando-os de volta ao Duat (ou pelo menos reduzindo loucamente seus poderes). Ele é um dos personagens mais queridos desse livro. Divertido, franco e incondicional, são as três palavras que eu usaria para  descrevê-lo. Um daqueles que fazem você ler o livro com um sorriso maior no rosto. Obrigada, Rick, pelo Bes. Fim da pausa.

   Simplesmente preciso dizer que esse livro é muito mais legal que Pirâmide Vermelha. Acho que foi algo em torno do ritmo, mais frenético, mas ainda sim muito fácil de acompanhar. E bem no estilo Riordan, com os seus títulos super explicativos capítulo a capítulo (mas ainda sim tão facilmente reconhecível para cada personagem), suas cenas cômicas e personagens super carismáticos que, por serem crianças/adolescentes, estão jogando na gente esses comentários hilários sobre tudo o que acontece com eles. A narração continua dividida entre os dois irmãos, dois capítulos para cada, mas dessa vez, diferentemente da ultima, eu realmente gostava das duas partes. E embora eu ainda não seja a maior fã da Sadie, tenho que reconhecer que ela melhorou muito nesse livro. Não mudou, no todo, mas acho que o fato dela ter aceitado o Carter como irmão, incondicionalmente, ajudou muito. Ela não é mais só uma personagem mimada lançando frases cheias de ironia pra bancar a rebelde. Ela ganhou responsabilidade, aprendeu lições e uniu isso à personalidade que ela tinha antes. A mudança é sutil e vem  tanto porque nós já nos acostumamos com a personagem, como do crescimento dela, e é muito bem-vinda.

  Outro dos pontos positivos do livro é o relacionamento de Carter e Sadie, que agora já não parece forçado. É claro que o comportamento deles no primeiro é super compreensível - eles quase não se viam, mal se conheciam. Mas, depois de ter passado por toda a primeira aventura juntos, eles estão muito mais próximos, sem perder muito da personalidade deles e do que era a relação entre eles. Eu simplesmente adoro acompanhar como eles reagem juntos aos personagens de fora da família, os ciúmes, o cuidado e até o despeito (Sadie, olha você aí). Eles finalmente formaram uma família de verdade, e de maneira muito natural.

  A aventura por sí só já vale a leitura. Ela corre rápido, dinâmica e imprevisível, cheia de personagens incriveis, vilões quase adoráveis e uma narração super divertida. E embora a aventura se complete (mais ou menos), o gancho pro próximo livro é óbvio. Mal acabei o Trono de Fogo e já estou louca pelo próximo (mas primeiro Son of Netupne, por favor). Enfim, o livro é ótimo. Tá recomendado e sugerido pra sua lista de natal. E o melhor, você sempre pode usar a desculpa do aprenda brincando! Vai sair sabendo muito mais sobre a mitologia egípcia. E adorando.

 Beijo, beijo,
 Thai.
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