O Príncipe da Névoa
Carlos Ruiz Zafón
Editora Suma de Letras
184 páginas
2013
Alguns já sabem que eu sou fã de um senhor chamado Carlos Ruiz Zafón, para quem ainda não sabia, fica aí a informação e a dica.
Como escrito logo na primeira frase da orelha, O Príncipe da Névoa foi o primeiro livro lançado pelo autor. Quem já leu outros livros dele deve sentir falta de uma carregada dose de metáforas e talvez de uma tristeza e mistérios mais profundos. Levando-se também em consideração que a Trilogia da Névoa é uma série "infanto-juvenil" - mas eu só recomendaria a leitura a partir de uns 15 anos, acho que os personagens do Zafón são muito maduros para a idade deles, como o Max que tem 13 anos mas parece mais ter uns 16. - Então, seria mais correto poder comparar este livro com Marina - o outro "infanto-juvenil" que eu já li do autor. Mesmo sem toda a experiência que ele foi adquirindo ao longo dos anos, Zafón escreve como ninguém desde o início da carreira e O Príncipe da Névoa é, para mim, muito bom e cheio de sentimentos, porém apenas mais fácil.
Os outros livros do autor sempre me deixam com a dúvida de se a resposta para tudo está no sobrenatural - eu sempre acho que não. É muito fácil culpar o sobrenatural, né? Mas no caso desse livro não há muito para onde fugir.
Max se muda com sua família para o litoral, a fim de evitar os terrenos da Guerra, em 1943. A nova casa, na praia, estava vazia há alguns anos após abrigar a tragédia de uma outra família. Logo depois de alojados, Max conhece seu novo amigo Roland, que adora mergulhar e chegar até um navio naufragado há muitos anos no fundo do mar perto do farol onde seu avô passa a maior parte de suas horas. Então coisas muito estranhas começam a se desenrolar: atrás de sua nova casa, Max descobre um jardim cheio de estátuas e símbolos misteriosos, sua irmã mais velha, Alicia, tem sonhos perturbadores e a mais nova, Irina, ouve vozes - cena que me deixou bem apavorada, inclusive. E outros casos vão acontecendo, todos em volta da história dos antigos donos da casa.
Como já falei, esse é o primeiro livro de uma trilogia, mas não sei como a história pode continuar porque achei o fim do livro bom o suficiente. Talvez ele fique dando voltas no tempo como na série do Cemitérios dos Livros Perdidos.
Por fim, é claro que eu recomendo o livro pois ele é realmente muito bom. Mas não tirou o lugar dos outros queridinhos do Zafón, ficou mais atrás na fila.