[Retroprojetor #65] Como Treinar o Seu Dragão 2

23 de julho de 2014

How To Train Your Dragon 2 
Direção: Dean Deblois
Genero: Animação/Aventura
Duração: 103 minutos
Quantidade de Lágrimas: Ilimitada

Como Treinar Seu Dragão é minha animação favorita. É da Dreamworks, é sobre amizade, sobre bater pé firme no que se acredita, é sobre crescer. É lindo, maravilhoso. Estou acompanhando o twitter da Dreamworks e do Jay Baruchel, que dubla o soluço no original em inglês, e mergulhando em cada teaser e trailer e poster e detalhe de animação que eles tem liberado desde que anunciaram Como Treinar Seu Dragão 2 pros cinemas desse ano. Então, sim, posso dizer que fui ao cinema com a expectativa bem alta, mas o coração aberto pra viver mais uma vez grandes aventuras com Soluço, Banguela, Astrid e companhia.

quem é o dragão mais fofo do mundo? 
Como Treinar Seu Dragão 2 começa já mostrando, pra quem não está familiarizado com Riders of Berk, desenho animado baseado na franquia, como as coisas se desenvolveram pra além do primeiro filme. Berk cresceu, mudou, e os dragões passaram a integrar completamente a vida da aldeia. Soluço, Astrid e Estóico são os personagens que envelheceram mais visivelmente, mas todos os outros também carregam suas marcas de idade, que é pra reforçar a passagem dos anos da história. Estóico, inclusive, já se tornando um tanto grisalho, está louco para passar o comando da aldeia para o filho. Mas Soluço tem outros planos, outras prioridades e outras vontades, a maioria delas envolvendo voar por aí com o Banguela e mapear o máximo do mundo que ele conseguir.

Mas o mundo não é uma fábrica de realização de desejos, e Soluço acaba cruzando o caminho de caçadores de dragões que trabalham para um malvado capitão de um exército de dragões com quem, apesar dos seus esforços, todos dizem que não será possível conversar. Mas a teimosia é um dos traços mais marcantes do nosso protagonista, e dessa vez ela a leva a um lugar incrível, guardado pelo alfa dos dragões e por um guardião que acaba se mostrando muito familiar...

bu.
O filme é lindo e triste. Foge dos clichês óbvios que poderiam ter sido explorados pela história e se envereda pela jornada clara de crescimento e amadurecimento do Soluço. O núcleo familiar foi muito mais explorado dessa vez, e, assim como no desenho corrente, foi lidado um pouco em separado do núcleo dos outros cavalheiros de dragões (mas quem não derreteu quando o Estóico anunciou a Astrid como "minha futura nora" tá mentindo). Ainda sim, temos as sempre presentes cenas de comédia, Bocão sempre ocupando o papel de Viking mais divertido de todos os tempos, e Banguela sendo o dragão mais gato que a gente já viu no cinema.

Como Treinar Seu Dragão 2 trabalhou com vilões bem mais ferozes e motivados, seguindo a mesma tendência que o desenho animado neste quesito: algumas pessoas simplesmente são cruéis. Foi o que o diferenciou brutalmente do primeiro, onde o vilão era nada mais, nada menos, que o próprio pai do Soluço, que era intolerante e cego para as possibilidades do diferente. Na sequência, os vilões não foram criados para ser tão facilmente dissuadidos, e as consequências do pensamento inocente do primeiro filme, quando transportadas para esse, são terríveis, cruéis e fizeram toda a sala de cinema chorar (depois de um silêncio chocado e incrédulo de uns cinco minutos. Pobres criancinhas).

o que eu estava precisando depois que saí do cinema 
Eu assisti em 3D, e o filme foi cuidadosamente produzido pra ser impecável nesse formato mesmo, então recomendo. O cenário e os dragões estão completamente incríveis, mesmo nas cenas em que nada sai da tela e voa por cima da sua cabeça. Também foi tido o cuidado de manter os dubladores dos personagens que já conhecíamos, tanto em inglês quanto em português, o que pode parecer meio estranho a primeira vista, já que os personagens envelheceram, mas foi essencial pra que nada se perdesse daquela antiga simpatia que já tínhamos com os personagens. A história é linda, sobre crescer, recuperar raízes e encontrar e aceitar o caminho que se estende a frente, bem como perdoar erros e a lidar com coisas que não temos controle sobre. No todo, aprendemos lições valiosas com Soluço e Banguela nessa continuação.

Enfim, apesar de ter gostado mais do primeiro, a sequência de como treinar seu dragão também é muito boa. Definitivamente me surpreendeu, não por que eu esperava que fosse ruim, mas por que eu esperava que a história seguisse um outro rumo. Foi definitivamente corajoso e cruel e muito bem feito.

minha alma em queda livre com esse filme, sim ou com certeza? 
O filme está recomendadíssimo seja você criança ou não, mas aviso logo que você tem que ir preparado para as lágrimas que certamente rolarão lá pro meio/final do filme. Ninguém me avisou que o mundo ia cair no cinema, e eu fui iludida, achando que teríamos outra história leve sobre crescer e se aceitar. Fui vitima da Dreamworks mais uma vez, e chorei duas vezes mais do que chorei lá no primeiro, quando a queda em slow motion do Soluço já me deixou horrorizada achando que o protagonista mais simpático do mundo ia bater as botas na boca de um dragão. Mas vai com fé, com amor, que como treinar seu dragão foi, mais uma vez, uma das melhores coisas a atingir o cinema por um tempo.

Beijo, beijo,

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