O Teorema Katherine - John Green

22 de maio de 2013


O Teorema Katherine 
John Green
Editora Intrínseca
 304 páginas
2013

Após seu mais recente e traumático pé na bunda - o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine - Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.

Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.
Não sei se eu serei capaz de fazer alguma crítica a um livro do John Green enquanto ele continuar criando esses personagens nerds lindos que me fazem agir como se eles de fato existissem. Desconfio de que não. 

Colin é um menino prodígio. Ou costumava ser. Mas nunca foi um gênio, existe uma diferença, sabe. E essa diferença - entre entender muito facilmente o que os outros fazem e fazer algo extraordinário - sempre aterrorizou Colin. Ele era um menino prodígio e queria se tornar um gênio, Colin sempre quis ser alguém muito importante para o mundo. Mas agora ele é um ex-prodígio e ex-namorado. 

É então que, no meio de sua fossa, seu único melhor amigo Hassan o arranca de casa e o leva para passar um tempo viajando no Rabecão de Satã - carro de Colin - sem destino certo, para talvez arrumar um emprego de verão, ou não. Eu achei a dupla Colin e Hassan a coisa mais divertida e amável do livro. Muito mais legal que Colin, muito mais legal que Hassan, são os dois juntos. Hassan é muito engraçado com seu jeito mulçumano-nerd-gordo-preguiçoso e é um melhor amigo muito bem feito. 

Os dois, saídos de Chicago, acabam parando em algum fim de mundo no Tennessee - Gutshot, a Nação. Uma cidade ficcional, ok? - e, depois de visitar o túmulo do Arquiduque Francisco Ferdinando - o cara cuja morte provocou a 1ªGuerra Mundial - acabam por ficar um tempo por lá. Nem se pergunte por que os restos do Arquiduque estariam em Gutshot, a questão aqui é que Colin se sente muito próximo do homem pois tem um buraco dentro de si, o do Francisco Ferdinando deixado por uma bala e o do Colin, pela Katherine XIX. Como eu estava aqui lendo as respostas do John Green para algumas perguntas feitas sobre o O Teorema Katherine, o livro é cheio de coisas impossíveis de acontecer. Mesmo que nenhuma lei da Física as impeça, você sabe que 19 Katherines não irão namorar o mesmo Colin. E eu gosto muito desse tipo de história porque se você já parte de um princípio absurdo, tudo, por outro lado, se torna mais plausível.  

Em Gutshot, Hassan e Colin conhecem Lindsey, seus amigos e seu namorado OOC (O Outro Colin) e sua mãe, Holly. Eles são os populares nessa cidade impossivelmente mais caipira. Mas a história não se passa no colégio (yei!) e Lindsey acaba se mostrando dona de um pequeno mistério no lugar de sua personalidade. E eu também gostei muito dela, mesmo com sua ideia completamente falha de relacionamento. 

Você já sabe, se leu a sinopse, que Colin tem a ideia de desenvolver um Teorema que descreve um relacionamento baseado em Terminantes e Terminados. Então temos um apêndice matemático e alguns gráficos no livro, mas não se preocupe com isso porque Colin é um nerd de humanas e não de exatas. Prepare-se para muito conhecimento histórico e linguístico. O que me leva às notas de rodapé! Elas são fantásticas, apenas. O livro é cheio delas para explicar muitas referências que eles usam - como o que significa kafir, leia para saber - e afins. Como disse o John Green, as notas de rodapé servem para tornar a história, ao mesmo tempo, clara e precisa. 

Enfim, O Teorema Katherine não fala de algo extremamente tocante - como A Culpa é das Estrelas - mas fala de coisas importantes ainda assim. Além de ser muito divertido e te prender até acabar. E é claro que eu recomendo que você leia esse livro. Até porque não lê-lo seria um caso claro de badalhoca. 

DFTBA, 
Celle. 
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