Postais do Coração
Ella Griffin
Editora Novo Conceito
448 páginas
2012
Saffy tem um trabalho incrível em uma agência de propaganda em Dublin. Ela tem sua difícil mãe a uma distância segura. E ela acredita que seu namorado ator Greg — o próximo Colin Farrell — finalmente irá pedi-la em casamento.
Conor admira a linda Jess. Mas depois de sete anos e gêmeos, ela ainda não se casará com ele. Ele passa os dias ensinando adolescentes terríveis e as noites escrevendo o livro que espera que mude tudo — inclusive a mente dela.
Mas está difícil de alcançar finais felizes...
Postais do Coração foi um livro muito complicado pra mim. Ele acompanha a história de quatro personagens: dois casais amigos, mas completamente diferentes em seus relacionamentos e personalidades. E não simpatizei com nenhum deles.
Saffy é uma mulher moderna, independente, que resolve problemas (e a vida do namorado de anos e anos, Greg, o canalha).Você pensaria que eu a acharia um amor, sabe como é, dividindo carreira comigo e tudo, mas não. Greg é um ator super dependente com mania de grandeza que, como quase todo ator clichê de livro, é um belo de um idiota. Se acha incrível, tem pouca consideração pelas pessoas e pelos sacrifícios que elas fazem por ele. Logo no começo da história termina o relacionamento com Saffy por que ela, ensandecida, quer que ele a peça em casamento.
Connor é escritor, e é "casado" com Jess, uma liberal simpática linda-demais-pra-estar-comigo e mãe de família. Apesar de amar os filhos e a "esposa", Connor é infeliz porque odeia o trabalho e não consegue engrenar como escritor. Até que ele consegue atrair a atenção de uma editora, e precisa se dedicar exclusivamente à escrita. Mas, espera, e a família?Saffy é uma mulher moderna, independente, que resolve problemas (e a vida do namorado de anos e anos, Greg, o canalha).
Postais se desenvolve a partir desses dois pontos de mudança: o término de Saffy e Greg e o sim da editora à Connor, mas sem a pegada de humor de um chick-lit ou a carga necessária para um drama. O livro paira ali pelo que, em animes e mangás, chamamos de "slice-of-life"; simplesmente a vida cotidiana dos personagens. Mas não entenda mal: não é que não aconteça nada com eles ou que a história seja "parada"; a vida de Saffy e Greg é incrivelmente movimentada e cheia de problemas e situações estranhas que guiam o livro pela sua totalidade. Mesmo assim, nada conseguiu realmente me prender à história. Os personagens não me cativaram (até me revoltaram, sinceramente) e Connor e Jess ficaram um tanto apagados, com seu drama familiar se desenrolando todo ao redor do egoísmo de Connor, que fica animado e desesperado quando não consegue tempo ou criatividade para continuar sua história.
No geral, não gostei do livro. É bem escrito, mas sem nada que realmente chame a atenção. Muitos personagens surgiram do nada, problemas surgiram do nada, situações forçadas aconteciam o tempo todo (mas algumas eram até possíveis, veja só). Achei o livro chato. Afinal de contas, acompanhar os inúmeros acontecimentos da vida de personagens nada cativantes, com quem eu não me importava nada, foi realmente difícil.
Achei a história central fraca, os personagens fracos, o desenvolvimento sem graça e sem mistério. E o livro é realmente muito grande, e a leitura, depois de certo ponto, foi arrastada e difícil. Então, não, não recomendo. Mas sei lá, acho que, se você conseguir se simpatizar com os protagonistas, de repente a coisa flui. Pra mim não deu.
Era isso,
beijo, beijo,
Thai.