Paciente 67
Dennis Lehane
341 páginas
Companhia das Letras
Teddy Daniels e Chuck Aule são parceiros em uma investigação: a fuga de uma paciente na Ilha Shutter. Na ilha encontra-se o Hospital Psiquiátrico Ashecliffe, onde estão presos grandes criminosos. A princípio, eles devem descobrir como uma paciente, Rachel Solando, desapareceu de seu quarto/cela, que estava trancado por fora e vigiado. Com o tempo, ambos começam a notar que há muitas coisas que os pacientes e funcionários da Ilha estão escondendo deles e eles não fazem ideia do quão grave pode ser.
Eu coloquei a capa do filme ali e, para quem já assistiu, ficou bem claro: Esse livro deu origem ao filme Ilha do Medo. Eu assisti tem uns anos e simplesmente amei. Um tempo depois descobri que tinha livro, acabei enrolando um pouco, mas comprei. E, sério, esse livro fez com que eu não me importasse com engarrafamentos absurdos ou atraso nas barcas, desde que eu pudesse le-lo e desvendar um pouco mais dos mistérios da Ilha.
Dennis Lehane criou uma história muito bem amarrada. Primeiro, temos a investigação em torno do desaparecimento de Rachel Solando. É tudo muito estranho, pois a sensação é de que ela se desintegrou ou algo assim. Nesse momento, você, leitor; Teddy, o principal e Chuck, seu parceiro, já sabem: está todo mundo escondendo alguma coisa. Cada hora uma teoria do que pode estar acontecendo surge e todas fazem sentido no devido momento. Pessoas aparecem, falam e você nunca sabe se pode acreditar nelas não. Começa-se a duvidar de absolutamente tudo que já afirmaram sobre a ilha, seu verdadeiro objetivo, porque aquelas pessoas estão lá. Todas as teorias se desfazem em algum momento e o livro vai mexendo mais e mais com a sua cabeça. Quando eu terminei de ler, eu voltei para ler o prólogo, para ler alguns trechos de novo. Fiquei me perguntando como não tinha ligado os pontos ainda e se aquele final fazia sentido ou se o autor só estava mexendo mais com a minha cabeça.
Esse livro é um daqueles que permite múltiplas interpretações, não só do desfecho, mas de diversas cenas dentro dele. (Assim como o filme). Quando eu o assisti com meus pais, eu lembro que cada um tinha chegado a uma conclusão e a gente ficou um tempo discutindo sobre. Eu adoro esse tipo de história, que te deixa pensando nela por um tempo no final.
O começo do livro é mais parado, quando ainda estamos conhecendo Chuck e Teddy e eles os pacientes da Ilha. Embora seja uma parte mais lenta da leitura, é interessante porque você descobre porque os pacientes estão ali e vê um pouco da dinâmica deles. Eu também curti essa parte, porque, apesar de ser ficção, mostra um pouco dos extremos que a mente humana pode chegar (Criminal Minds feelings).
Por fim, Paciente 67 foi um livro que eu AMEI e que me prendeu muito. Amei a história, os personagens e o jeito que Dennis Lehane escreve. Talvez se você ler com uma atenção muito grande aos detalhes e refletindo sobre a história, mate logo o final e o livro perca um pouco da emoção. Mas, como eu disse, aquele final pode não vir a ser a veradde absoluta.
E, para quem já viu o filme, acho que vale a pena esperar um pouco, esquecer alguns dos detalhes antes de ler. Eu não lembrava de quase nada quando comecei a leitura e, por isso, a aproveitei bem mais. De qualquer forma, o livro está recomendadíssimo (e o filme também, mas não é o foco do post haha).
Beijos
Julia