A Escolha: Até Onde Devemos Ir em Nome do Amor?
"The Choice"
Nicholas Sparks
Novo Conceito
307 páginas
Travis Parker possui tudo o que um homem poderia ter: a profissão que desejava, amigos leais, e uma linda casa beira-mar na pequena cidade de Beaufort, Carolina do Norte. Com uma vida boa, seus relacionamentos amorosos são apenas passageiros e para ele, isso é o suficiente. Até o dia em que sua nova vizinha, Gabby, aparece na porta. Apesar de suas tentativas de ser gentil, a ruiva atraente parece ter raiva dele. Ainda sim, Travis não consegue evitar se engraçar com Gabby e seus esforços persistentes o levam a uma jornada que ninguém poderia prever. Abrangendo os anos agitados do primeiro amor, casamento e família, A Escolha nos faz confrontar a questão mais cruel de todas: Até onde você iria manter o amor de sua vida? (sinopse do Skoob).
Nicholas Sparks, pra mim, é uma eterna montanha russa, cheia de sobes e desces. E com A Escolha eu, definitivamente, dei um daqueles mergulhos vertiginosos que vão pra baixo pra sempre. Pois é.
Travis é um solteirão-boa-praça que curte a vida que leva ao lados dos amigos, sem sentir a necessidade de nada em especial (nada que ele não tenha, pelo menos). Gabby, ao contrário, é uma mulher que não está de todo satisfeita, e sabe que precisa de mais, mas não sabe como arrumar. Seus caminhos se cruzam quando Gabby descobre sua cadela gravidíssima e tem certeza de que a culpa é do cachorro do seu vizinho bonitão. Ela, então, vai até a casa dele e, numa cena digna de chick-lit, tem um rompante de loucura e dá-lhe a reclamar (do vizinho e da vida) nos ouvidos do pobre moço. Ele, no entanto, não é nada além de gentil, e se dispõe a dar uma olhada no animal da vizinha. Gabby descobre então que Travis é veterinário, que é um amor, e que está dando em cima dela de maneira clara. Mas a moça tem um namorado e é ~feliz~ com ele. Como poderia ela então estar sendo tocada pelas atenções do vizinho?
O livro, na verdade, se passa em dois momentos: o começo do relacionamento de Gabby e Travis, que se inicia, como eu disse ali em cima, por causa dos seus respectivos cachorros fofos, e Travis, separado da esposa, amando-a muito e desbaratinado por causa de.... bem, se eu contar não tem graça. Mas é Nicholas Sparks, correto, então o mínimo que se pode esperar é algo trágico. O "grande" porquê do livro seria, na verdade, esse segundo momento, e o primeiro seria que meio só pra mostrar como eles se amavam e se respeitavam e eram felizes.
Sinceramente? Não achei nada demais. Como em todos os outros livros do Sparks que eu já li, o amor surge do nada, uma paixão avassaladora que consome até os ossos dos ditos cujos em coisa de dois dias (ah, tá). Como já disse em alguma outra resenha, não vejo graça nesse tipo de amor forçado, principalmente num livro de romance que não é voltado exatamente para o público adolescente, no qual os hormônios ainda servem de desculpa. E embora nesse livro os personagens até tenham considerado sua vida de antes e o que seria deles depois por coisa de uma tarde, de maneira geral, ele já se amavam profundamente, do tipo largo minha vida por você, em coisa de uma semana. Ai que nervosinho!
Bem, eu não recomendo o livro não. Não gostei. É parado, sem personagens marcantes, sem grandes frases, idéias ou uma história empolgante. Vai de lugar algum pra nenhum lugar e até mesmo a ideia principal do "até que ponto você pode ir por amor?" tem um desfecho previsível. O suspense criado pra situação principal do livro, que devia ser arrebatador e apertar seu coração, não vai além de uma leve curiosidade, pelo menos de minha parte. Mas, é claro, o Nicholas Sparks tem um monte de fãs que gostam muito do que ele escreve, do jeito de que ele escreve, dos seus amores repentinos e do seu drama característico. Desse, especificamente, não gostei. Acho que foi por que, nos outros que eu li, mesmo que o romance fosse meia-boca, existia alguma outra historia que levava o livro bem até o final. Como nesse tudo gira em torno do amor dos dois, do romance deles, da história deles, o livro não convenceu.
Enfim, foi isso. Agora estou a procura de um romance que seja só romance que seja bom de verdade (se souber de algum, pode indicar!). Mas eu já sei que no Nick Sparks não vou encontrar. Mas, vai saber, de repente no próximo a montanha russa sobe de novo.
Beijos, beijos,
Thai!