O Jogo do Anjo - Carlos Ruiz Zafón

10 de novembro de 2012

O Jogo do Anjo 
Carlos Ruiz Zafón 
Editora Suma de Letras
410 páginas 
2008

Como resenhar Zafón é uma coisa que deveria ser assunto de mestrado, mas mesmo sem, vamos tentar. A ordem cronológica da "série" O Cemitério dos Livros Perdidos é O Jogo do Anjo, A Sombra do Vento e depois O Prisioneiro do Céu. Mas essa não é a ordem de lançamento. Eu não estou lendo nessa ordem. Só porque eu conheci primeiro A Sombra do Vento, então comecei por ele. 

Mas por que as aspas em "série"? É porque essa é do tipo de série que você pode ler fora de ordem ou mesmo não ler todos os livros, há apenas uns poucos personagens em comum e a aparição do Cemitério dos Livros Esquecidos - que eu não vou explicar o que é. Mas ao ler as duas histórias, você claramente consegue sentir as semelhanças entre elas. Sem contar que tudo se encaixará no final... e eu realmente indico que você leia todos eles (os três já lançados e mais um que falta).

O Jogo do Anjo é o terceiro livro que eu leio do Zafón e acho que é o meu menos preferido. Veja bem, menos preferido, esse cara é um dos meus ídolos. Para quem leu Marina, a série do Cemitério dos Livros Perdidas é mais adulta, depressiva e profunda. É um pouco mais difícil, mas se você gosta desse tipo de coisa, vale muito a pena. Mas, para quem nunca leu Zafón, eu recomendo começar por Marina. Mesmo que eu não tenha feito isso. 

O Jogo do Anjo conta a história de David Martin na sempre maldita mágica Barcelona de Zafón do início do século XX. Acompanhamos quase que toda sua vida, mas o tempo cronológico não tem muita importância nesses livros. Ele tem uma infância conturbada, passa a trabalhar em um jornal e morar em um quartinho vergonhoso, ele vira escritor de um folhetim bizarro de sucesso. David ainda não escreveu nada que fosse seu de verdade, que significasse de fato a sua alma. Ele escrevia para vender. 

A vida de pessoas infelizes também tem coisas boas, pessoas infelizes também sorriem, só que no final o somatório é negativo. É assim que eu vejo pelos personagens de Zafón. Eu não quero fazer parecer que o livro é uma desgraça, porque ele é muito bom. Mas ele fala de uma maldição. Uma maldição que nem é tão bem explicada assim, mas não importa. Porque qual seria o sentido de explicar uma maldição? Coisas ruins acontecem, pessoas perdem a razão, pessoas morrem. 

O livro é dividido em 3 atos que são bem diferentes uns dos outros. No segundo ato, David recebe uma proposta de trabalho de um homem chamado Adreas Corelli, um tempo de depois de ter se mudado para a Casa da Torre. E aí começam as coisas loucas. E eu não sei mais o que falar para vocês.

O fato é que vocês precisam ler essa série, mesmo que eu não a recomende para todo mundo. Pode ser que você não goste, que a leitura não renda. Mas pode ser que você se apaixone e se pergunte como alguém pode escrever coisas tão bonitas e tão capazes de mexer com você. Tão capazes de fazê-lo ficar com medo ou se emocionar. 

A série tem um site em espanhol com curiosidades e algumas informações. Dá uma olhada:


Beijos, 
Celle. 
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