O prisioneiro do Céu
Carlos Ruiz Zafón
Editora: Suma de Letras
248 páginas
2012
Barcelona, 1957. Daniel Sempere e seu amigo Fermín, os heróis de A sombra do vento, estão de volta à aventura para enfrentar o maior desafio de suas vidas. Já se passa um ano do casamento de Daniel e Bea. Eles agora têm um filho, Julián, e vivem com o pai de Daniel em um apartamento em cima da livraria Sempere e Filhos. Fermín ainda trabalha com eles e está ocupado com os preparativos para seu casamento com Bernarda no ano-novo. No entanto, algo parece incomodá-lo profundamente. Quando tudo começava a dar certo para eles, um personagem inquietante visita a livraria de Sempere em uma manhã em que Daniel está sozinho na loja. [...] Esta visita é apenas o ponto de partida de uma história de aprisionamento, traição e do retorno de um adversário mortal. Daniel e Fermín terão que compreender o que ocorre diante da ameaça da revelação de um terrível segredo que permanecia enterrado há duas décadas no fundo da memória da cidade. [...] Transbordando de intriga e emoção, O prisioneiro do céu é um romance em que as narrativas de A sombra do vento e O jogo do anjo convergem e levam o leitor à resolução do enigma que se esconde no coração do Cemitério dos Livros Esquecidos.
Eu fiz alguns cortes na sinopse oficial, a fim de deixar tudo claro, mas apenas isso. Acho que ela ficou boa.
No final de O Jogo do Anjo, o segundo livro "de um ciclo de romances que se entrecruzam no universo literário do Cemitério dos Livros Esquecidos", nos é apresentado o link que une as histórias de A Sombra do Vento com este segundo livro. Então, quando eu li aquele final, eu simplesmente enlouqueci pelo O Prisioneiro do Céu, que prometia "resolver o enigma".
E ele resolve. Não que tenha uma resolução feliz.
Cada um dos três livros se prende mais a um personagem e a um lado da história. Dessa vez, o personagem principal é o Fermín, o que provoca uma série de frases muito bem ditas porque Fermín fala de maneira que eu acho muito divertida. Mas a história que ele tem para contar não é nem um pouco divertida. Como seria? Caso você tenha lido algum dos livros anteriores, vai saber quão pequena é a probabilidade de uma história feliz por aqui. E como, com certeza, ela é cheia de emoção. Apesar de eu ter achado esse o livro menos impactante dos três.
Por mais que a história se passe em 1957 - ano mais atual dos três livros - grande parte do livro é a história que Fermín decide, finalmente, contar a Daniel. E esta se passa em 1939 - depois de O Jogo do Anjo, que conta a história de David Martin Julián Carax, e antes de A Sombra do Vento, que conta a história de Daniel quando jovem. - Esta história é sobre como Fermín ganhou e perdeu o próprio nome, sobre como morreu e voltou dos mortos e sobre como conheceu Julián Carax e entrou na vida dos Sempere.
Nesse ponto de leitura, eu me sentia até mais próxima de toda a situação do que o próprio Daniel que, coitado, não sabia nada sobre a vida de seus pais ou do próprio Fermín. E cá estou eu sabendo de todos os detalhes de toda a história, mesmo não lembrando de muitos cantinhos de A Sombra do Vento e querendo muito finalmente comprá-lo e relê-lo.
É óbvio que, por favor, se você já leu os dois livros anteriores, você deve correr muito para ler esse e se impressionar com a genialidade do Zafón e, se você ainda não leu nenhum, deve parar de perder tempo. De qualquer forma, indico a ordem que eu li que também é a ordem de lançamento dos livros, mesmo que A Sombra do Vento seja o mais cheio de suspense e, talvez, o mais difícil de se ler. E ainda falta um livro! Aguardemos. Mas não muito, por favor.
Beijos,
Celle.