O Pacto - Gemma Malley

9 de junho de 2012

O Pacto - The Declaration 1
Gemma Malley 
Editora Rocco 
288 páginas

Descobri esse livro quando estava eu, assim como quem não quer nada, passeando pelo blog Nem Um Pouco Épico e me deparei com um post da Dayse cujo título é O Pacto: A distopia que ninguém leu. Como eu não só não havia lido o livro, mas como também nunca havia ouvido falar nele, resolvi ler o post. 

Acabei descobrindo um distópico que me parecia ter muito potencial e um apelo muito válido á equipe de marketing da Editora Rocco (?). Caso a minha resenha, ou ainda assim, não consiga fazer vocês se interessarem pelo livro, leiam o post do NUPE. Então, com um golpe de sorte, consegui trocar um livro meu que eu não queria ler por um O Pacto pelo skoob!

O Pacto é narrado em terceira pessoa, porém também acompanhamos as escritas de Anna em seu diário (ilegal). Anna é uma Excedente. Ele mora em Grange Hall, uma casa que abriga jovens Excedentes, ou seja, quase todos os jovens. E Anna é uma chata. Mas a parte boa é que o objetivo da autora é que a Anna seja chata, mas eu vou falar sobre isso mais para o final da resenha. 

O ano é 2140. E as pessoas podem escolher não morrer. Perfeito, não? Quem não quer viver para sempre junto com seus amigos e familiares? Só que meio minuto de reflexão pode mostrar os problemas desse novo mundo. Os principais: superpopulação e escassez de recursos naturais. Já passamos por isso com pessoas morrendo às toneladas, imagina se ninguém morresse? Como tantas pessoas iriam comer

A única solução seria ninguém mais nascer. O Pacto é uma espécie de tratado que diz basicamente uma vida por outra. Você só poderia ter um filho se abrisse mão da sua "imortalidade". Mas, ainda assim, algumas pessoas acabam por nascer ilegalmente. Esses são os Excedentes e eles são criados para, ao menos, tentarem diminuir o prejuízo que causaram ao mundo apenas nascendo, se tornando Ativos Valiosos. O mundo está, então, velho

Como eu já disse, Anna, nossa personagem principal, é uma Excedente. Mas ela quer com muito fervor se tornar uma Ativa Valiosa e realmente acredita que seus pais são pessoas horrorosas e egoístas, que só pensaram neles mesmos ao darem a vida a ela mesma. Anna é uma Monitora e usa muito bem todo seu poder (quase nenhum) para manter tudo em ordem, manter as outras meninas de Grange Halll em ordem, e obedecer à sra. Pincent, a diretora de Grange Hall. Ela acredita no sistema. 

É bastante triste ver como Anna foi criada, afinal, ela acredita mesmo que não tem direito à própria vida e tenta compensar o mundo o mais que pode. Ela, no mínimo, não sabe nem o que é o amor. Ela não tem nem um sobrenome. Mas, ao mesmo tempo, a sua ingenuidade e a vontade de fazer algo de bom para o mundo (mesmo achando que essa é sua obrigação) são muito bonitas. E Anna nem é tão cruel como as outras meninas. Com o passar das páginas, eu acabei me afeiçoando muito a ela. 

O mundinho nem um pouco perfeito, porém conformado, de Anna muda completamente com a chegada de um novo Excedente em Grange Hall. Peter chega para mudar tudo. Cheiro de romance, é claro, né? Mas não é tão simples assim, lembre-se de que eles não são jovens "normais" e não convivem com jovens "normais".

O Pacto é um livro que faz várias críticas a uma sociedade que não está tão longe assim da que vivemos hoje. Não é nada muito cheio de ação e sangue, mas é bem emocionante e bonito. Está muito recomendado. Vamos tentar reverter a situação dessa série no Brasil e trazer as próximas traduções para cá!

Beijos, 
Celle. 

P.S.: Mandei um e-mail para a Rocco falando sobre esse livro. Veremos se ajuda.



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