Paperboy - Pete Dexter

28 de outubro de 2013

PaperboyPaperboy
Pete Dexter
Editora Novo Conceito
336 páginas
2013




Hillary Van Wetter foi preso pelo homicídio de um xerife sem escrúpulos e está, agora, aguardando no corredor da morte. Enquanto espera pela sentença final, Van Wetter recebe cartas da atraente Charlotte Bless, que está determinada a libertá-lo para que eles possam se casar. Bless tentará provar a inocência de Wetter conquistando o apoio de dois repórteres investigativos de um jornal de Miami: o ambicioso Yardley Acheman e o ingênuo e obsessivo Ward James. As provas contra Wetter são inconsistentes e os escritores estão confiantes de que, se conseguirem expor Wetter como vítima de uma justiça caipira e racista, sua história será aclamada no mundo jornalístico. No entanto, histórias mal contadas e fatos falsificados levarão Jack James, o irmão mais novo de Ward, a fazer uma investigação por conta própria. Uma investigação que dará conta de um mundo que se sustenta sobre mentiras e segredos torpes.

Paperboy foi uma leitura bem estranha. Acho que essa é uma boa forma de definir.

Lá pela metade do livro, eu percebi que eu não gostava de nenhum dos personagens. Os defeitos deles eram gritantes demais e me irritavam tanto que eu não conseguia simpatizar - ou  torcer - por ninguém. (Os Van Wetter e o Yardley eram os piores). Se eles se ferrassem muito, eu não ligava pra eles ou pra como eles sairiam da situação, porque para mim, eles simplesmente não eram gostáveis. Os irmãos Ward eram os que se salvavam na situação, mas no fundo eu não gostava deles de verdade. Era um sentimento de menos pior, na verdade.

Outra coisa que eu não gostei e chamou bastante atenção foi o modo que ele é escrito. Ele não é dividido em capítulos. A divisão no livro é feita com um espaço maior entre um parágrafo e outro (como encontramos em muitos livros) com um quadradinho no espaço marcando a mudança da cena. E, embora não tenha capítulos, o livro é repleto dessas pequenas marcações, então cada parte é muito pequena, tendo umas três páginas ou até mesmo apenas dois parágrafos. Eu demorei bastante para me acostumar com o estilo de narrativa, porque parecia que nada me prendia e as coisas aconteciam muito rápido. Quando acontecia algo que eu achava que merecia explicação e desenvolvimento, a cena já mudava, a parte que eu gostei acabava e ninguém nunca mais tocava no assunto. Era meio frustante.

Mesmo com meu problema com a ausência de capítulos e os personagens, Paperboy foi um livro que eu li rápido. Acho que as cenas eram bem curtas, eu estava tentando me entender com a história e os personagens e realmente queria saber no que tudo ia dar, então foi um livro que me prendeu pela curiosidade. A história é interessante também, mas eu não consegui me entregar para ela. Não chegou a ser uma leitura arrastada, que eu tenha resolvido largar ou nada. Só não era o meu tipo de livro, acho.  Não vou falar que me arrependo de ter lido, de jeito nenhum, mas não pretendo ler de novo.

Então, por fim, eu não vou falar que recomendo Paperboy, mas acho que quem se interessou pela sinopse  e acha que não vai se importar com o que eu não gostei, deveria dar uma chance. É um livro bem diferente de tudo que eu já li, praticamente em tudo: a história, a ambientação, os personagens e a narrativa. Acho que valeu a pena para conhecer mesmo. Só que não é compatível com o que eu gosto. Simples assim.

Beijos.


Olho por Olho - Jenny Han e Siobhan Vivian

26 de outubro de 2013

Olho por Olho


Olho por Olho (Olho por Olho #1)

Jenny Han e Siobhan Vivian
Editora Novo Conceito
320 páginas
2013



Líderes de torcida, jogadores de futebol americano e os excluídos da escola. Três meninas, incluindo uma das populares, resolvem se vingar dos apelidos e maldades. Particularmente, adorei a premissa. 

Há um grupinho de populares na Ilha Jar: Rennie, Reeve, Alex, Lillia, PJ e Ashlin. A vida parece bem fácil para eles. Não é o mesmo que acontece com Kat. Ela já está cansada de morar lá, depois do que uma supostamente amiga fez com ela e tantos rumores e xingamentos sobre ela. Nem com Mary, que acabou de voltar, depois de muito tempo afastada, por causa de um passado bem preocupante. Mas quando mexem com a irmãzinha de Lillia, ela resolve que não pode deixar as coisas como estão. E, quando o destino junta as três, elas resolvem ir atrás de vingança. 

As três principais são bem diferentes e o livros alterna entre os diferentes pontos de vista, então te dá a chance de conhecer um pouco mais do passado e da vida de cada uma, embora eu ache que o livro poderia ter aprofundado um pouco mais. A minha preferida até agora é a Lillia, o que me surpreendeu muito. Ela é a rica e popular da história, o que poderia ser sinônimo de a mais fútil, mas não é.  As partes dela eram as que eu mais gostava.  A história da Mary demora bastante para se desenvolver completamente e é um mistério no livro, mas, quando você descobre toda a verdade, não tem como não querer entrar no livro, dar um abraço e virar amiga. Já quanto a Kat, ainda não me decidi se gosto ou não. Ela é bem decidida, mas eu a achava um tanto quanto obcecada com um certo garoto e que isso não combinava com a personalidade dela. 

Eu esperava que as vinganças fossem um pouco mais cruéis. Acho que 9 livros de Pretty Little Liars com pessoas desaparecendo e tudo mais me deixam esperando coisas terríveis. Mas as meninas não vão por esse caminho e, mesmo assim, as coisas tomam proporções bem grandes e temos um final daqueles de deixar desesperada pelo próximo. Não só porque o livro termina no meio da maior confusão de todas, como aparece uma parte sobrenatural, ainda que bem pequena. Não sei muito bem como isso vai se encaixar na história e nem entendi a necessidade, mas acabou me deixando bem curiosa para saber que fim isso vai levar. 

Olho por Olho foi uma leitura feita em um final de semana, que me deixou super animada e querendo mais da história, então acabou sendo uma boa surpresa. É clichê sim, mas pra quem gosta de YA, acho que é uma boa pedida. 

Beijos!

Era uma vez, há muito tempo atrás... - Brigid Pasulka

22 de outubro de 2013

Era uma vez, há muito tempo atrás... 
Brigid Pasulka
Editora Nova Fronteira
361 páginas 
2010


Eu tenho uma história com esse livro. Ele não é desses que eu peguei em uma promoção e resolvi ler do nada ou um desses que eu recebo de cortesia. Novembro ou dezembro de 2010, eu estava em alguma livraria (provavelmente a Saraiva) e vi essa capa na prateleira. Essa é uma capa que me faz parar qualquer coisa só de vê-la no cantinho do olho. Então, eu parei. Li a sinopse. Descubri que a história se passa na Polônia (adoro conhecer novos lugares através dos livros enquanto não pessoalmente), em dois momentos. Um um pouco antes da 2ª Guerra Mundial e outro 50 anos depois disso. Anos 1930/40 e 1980/90. Mas não o comprei.

Estar no meio de tantos livros famosos, com muita muita divulgação, com muitos fãs, muitas resenhas por aí, pode bem fazer a gente perder a coragem de comprar e ler um livro do qual nunca ouvimos falar, que ninguém nunca te indicou. Então, eu não o comprei. Quase três anos depois, o pedi de troca no skoob. Logo que o livro chegou, tão lindo, já comecei a lê-lo. Não me arrependo de ter demorado tanto para tê-lo. Esse ano a Polônia apareceu na minha vida de maneira completamente inesperada, então o livro veio na hora perfeita, para falar a verdade.

Um rapaz conhecido como Pombo vê a belíssima Anielica conversando com seu irmão Jakub que é, de alguma forma, especial, descrito como um tolo meigo, e fica impressionado com a beleza da jovem. Assim como qualquer outro homem. Porém, Pombo não é de ficar parado e, ao invés de ficar apenas suspirando, ou mesmo chegar de mãos vazias até o pai de Anielica, ele resolve oferecer suas złote rączki, mãos de ouro (todo polonês as possui e é famoso por elas) para reformar inteiramente de graça a casa da família Hetmański. O pai de Anielica, Pan Hetmański (Pan/Pani significam Senhor/Senhora em polonês, só que é muito usado mesmo), que não é bobo nem nada, soube logo de cara que o que Pombo queria era se aproximar de Anielica. Mas, mesmo correndo o risco de ter um homem no quintal de olho na sua jovem filha, ele não iria desperdiçar a oportunidade de ter sua casa reformada de graça.  

O irmão de Anielica, Władysław Jagiełło, vai ajudar Pombo nas obras e eles acabam se tornando grandes amigos com o passar do tempo. O romance de Pombo e Anielica, por sua vez, parece nada mais que nenhum romance para quem não tem acesso ao coração ou à mente de algum dos dois. Há até quem diga que, na verdade, Pombo sempre esteve interessado em Władysław Jagiełło. Mas essa não é a verdade. Ele está apenas esperando a hora certa.

Cinquenta anos mais tarde, Beata, mais conhecida como Baba Yaga ("bruxa" do folclore polonês) é a protagonista. Assim como Anielica e Pombo, Baba Yaga vivia na Meia-Aldeia, porém se muda para a Cracóvia e vai morar com suas primas. Ela não é dessas pessoas que vive intensamente, Baba Yaga tende a simplesmente ir vivendo, mesmo que não seja isso o que ela deseje.

As duas Polônias são bem diferentes, tendo passado muita coisa no meio tempo que as separa. Guerras, ocupações, invasões, reconstruções (estruturais e culturais) são coisas comuns na história polonesa. E, além do romance lindo, da história tristíssima e emocionante, das intervenções muito engraçadas do narrador, Era uma vez, há muito tempo atrás... é cheio de cultura e história polonesa. E não é do tipo que você se vê perdida e desinteressada, não, por favor, não, é do tipo que te prende, te deixa curiosa e já apaixonada pela Polônia.

O livro é cheio de palavras polonesas que no contexto dá para você entender o significado, e lugares, e expressões e manias. Hoje eu sinto como se eu conhecesse um pouquinho mais do país. E tenho um carinho especial pelo povo que Brigid Pasulka mostra ser tão corajoso.

Eu preciso, de alguma forma, te convencer a ler esse livro, mas não sei como posso fazer isso. Se você puder apenas acreditar quando eu digo que esse é livro é muito muito muito bom, será excelente. Escrever essa resenha me fez ter vontade de reler o livro que eu li há duas semanas e de chorar só de pensar na história que tem dentro dele. Ele me fez gargalhar, chorar, arregalar os olhos, fechar os olhos e pedir para que o que eu achava que fosse acontecer não acontecesse. O jeito como a história é contada, além da história em si, é algo difícil de se descrever, que só lendo por si mesmo, você poderia entender. Então, por favor, faça isso. E depois me procura para dizer como foi.

Cidades de papel - John Green

21 de outubro de 2013

Cidades de papel 
John Green 
Editora Intrínseca
361 páginas 
2013


Vamos começar partindo do princípio de que estamos falando de John Green aqui e acho que eu dificilmente julgaria mal um livro dele a essa altura do campeonato. Ou talvez, pelo contrário, se acaso eu começasse a ler um livro menos que maravilhoso - não pela história, mas pelo jeito que ela é contada - do John Green, acho que seria o fim de uma era e meu mundo cairia.

Deixando o drama de lado, vamos falar de Cidades de papel, por enquanto o meu livro menos preferido do John Green.

Quentin Jacobsen (sempre os belos nomes) é um adolescente nerd platonicamente apaixonado por sua vizinha Margo Roth Spiegelman. Quando pequenos, eles brincavam muito juntos pela vizinhança, no bairro de Jefferson Park, em Orlando. Até que um incidente muda bastante coisa na vida deles.

Hoje Margo é a rainha da escola e Quentin é só um nerd, eles nem se falam mais, mesmo que ainda sejam vizinhos. Até que em uma noite, até então, como qualquer outra, Margo aparece na janela de Quentin e o obriga a partir em uma missão. Margo é uma personagem doida e exagerada e cria situações doidas e exageradas daquele bom jeito que o John Green tem para fazer a gente entender o que ele quer. Ou o que nós quisermos. Eu gosto muito desse estilo que está em todos os seus livros que eu já li (tipo um cara namorar 19 Katherines).

Depois dessa noite louca e maravilhosa, Quentin não sabe o que esperar de Margo no dia seguinte na escola. Será que ela falaria com ele? Fingiria que nada aconteceu? Mas o que ele não esperava, mesmo que não fosse muito incomum, era que Margo não aparecesse. Nem no dia seguinte e nem no próximo. Tratando-se de Margo Roth Spiegelman, o jeito era esperar.

Enquanto esperava, Quentin e seus amigos, e aqui eu introduzo os personagens mais legais do livro, Radar e Ben, começam algumas mudanças pelo colégio. Afinal, sem Margo, aquilo estava virando uma verdadeira bagunça. Em meio a isso, Q descobre que Margo deixou pistas para ele (também não incomum) e parte na missão de encontrá-la.

As pistas não são simples, Margo exige muito do cérebro (e do coração?) de um cara. Ninguém sabe quem ela é de verdade e Quentin acha que é ele quem a conhece melhor. Mas será que é mesmo? Ele se vê sem saber se a menina por quem é apaixonado é a menina que todo mundo vê - popular, fútil, simpática e muito amiga -, se é quem ele achava que ela é - curiosa, inteligente e criativa - ou se não é nenhuma delas - talvez confusa, geniosa, generosa e solitária. Talvez seja um mistura de todas. Talvez seja egoísta. Margo é uma personagem interrogação, uma metáfora assim como as suas cidades de papel. E isso é tudo que ela não quer ser: uma garota de papel em uma cidade de papel.

Por trás de uma história adolescente, com um trio de amigos muito engraçados, viagens de idas e voltas, pistas e a clássica estrutura do High School americano, John Green traz uma série de perguntas à tona e nos faz pensar no que separa sermos de carne e osso (e tudo o mais) ou sermos de papel.


Como salvar um vampiro apaixonado - Beth Fantaskey

20 de outubro de 2013

Como se livrar de um vampiro apaixonado
Beth Fantaskey
Editora Arqueiro
272 páginas
2013

Acho que algumas pessoas devem saber como eu gostei de Como se livrar de um vampiro apaixonado devido à quantidade de vezes que eu citei o livro em posts diversos. Pois bem, Como salvar um vampiro apaixonado é a continuação dele. Aliás, vocês podem ler a sua resenha clicando aqui e ver como parece que eu fui paga por ela, já que eu apenas elogio.

Então, eu estava, desde a primeira metade de 2011 no aguardo por Como salvar um vampiro apaixonado. E vou fazer uma resenha mais comparativa, para que vocês possam ler sem muitos spoilers do primeiro.

Infelizmente, devo dizer que a série decaiu. Alguns elementos foram muito prejudiciais ao estilo que o primeiro livro trouxe. Enquanto a primeira parte da história se passa nos Estados Unidos e vemos um príncipe vampiro extremamente elegante e prepotente estudando em um colégio americano, agora temos Lucius e Jessica vivendo em seu castelo na Romênia em meio à realeza, tentando ganhar a confiança dos anciãos para se tornarem rei e rainha dos vampiros.

Vê como o contexto não ajuda no quesito humor?

Foi como se o livro tivesse assumido que é apenas um livro de vampiro adolescente. Poucas partes engraçadas de verdade. A história é mais voltada para o suspense, porém não é difícil descobrir culpados logo de início, nada chega a dar medo. O romance também não é destaque, já que o casal já está junto e tudo dá a entender que tudo dará certo no final.

Não é um livro ruim, só não foi memorável em nenhum aspecto. Fiquei um pouco chateada porque eu realmente gosto do primeiro livro. Só espero que seja a maldição do segundo livro e que, de alguma forma, o livro um e meio, que eu ainda não li, traga a série de volta às minhas graças.

O livro Casamento de Jessica e Lucius está disponível em e-book no site da Editora Arqueiro. Cantinho esquerdo embaixo.



[Retroprojetor #60] Os Instrumentos Mortais - Cidade dos Ossos

18 de outubro de 2013



Instrumentos Mortais - Cidade dos Ossos
Direção: Harald Zwart
Gênero: fantasia, ação, aventura
Duração: 2 horas e 10 minutos
Estreia: 23 de agosto de 2013
Não foi o pior que podia ter sido, mas é claro que também não foi o melhor.

Para quem não sabe, esse filme é o começo de uma adaptação para os cinemas da série de livros da Cassandra Clare, Instrumentos Mortais. A série já conta com 5 dos 6 livros aqui no Brasil. Eu li os dois primeiros e em algum momento vou continuar lendo, já tenho o 3 e o 4 também. É uma série adolescente, mas muito boa para o estilo e eu gosto bastante (não ligo que é novela da Globo, é dessas boas).

Então, pá, cinemas. Sabe como é, Crepúsculo. Será que seria esse filme o substituto?

Claro que não. Até por que Instrumentos Mortais tem muito mais influências de Harry Potter do que de Crepúsculo. Mas de qualquer forma, a ideia do filme era tentar. Mas nem colou.

Eu fui para o cinema esperando um filme bem ruim. Bem ruim mesmo. Então não sei quanto vale eu ter gostado dele no fim das contas. Acho que eu gostei simplesmente porque algumas cenas foram assustadoras e outras engraçadas. Gostei disso. Mas continua não sendo um filme bom, por favor.

Bom, sobre a história: Clare no dia do seu aniversário sai com seu amigo Simon e vê alguns jovens esquisitos matando um outro. Mas ninguém parece ter notado e o corpo simplesmente desaparece. Logo depois, sua mãe é sequestrada e Clary descobre que ela é cheia de segredos. Ela conhece Jace (ah, Jace) e um novo velho mundo onde existem demônios, vampiros, lobisomens e essas coisas. Obviamente Clare é muito importante no mundo sobrenatural e há um monte de coisas que precisam ser resolvidas daddy issues. 

Fiquei irritada com uma coisa completamente desnecessária que falaram durante o filme, porém fiquei com mais vontade de continuar lendo para tirar logo isso a limpo. Mas, a moral da história é: se você gosta de um YA, então lê os livros!

A resenha da Julia aqui ó.

Créditos: Adoro Cinema.



Todo dia - David Levithan

16 de outubro de 2013

Todo Dia

Todo dia
David Levithan
280 páginas
Editora Record
2013

Todo dia irá nos apresentar a história de A, que todo dia acorda em um corpo diferente. Pode ser menino ou menina e com qualquer personalidade, não há regras. A única limitação é que é sempre uma pessoa de sua idade. Por toda a sua vida foi assim e, aos poucos, A percebeu que era melhor não se envolver nas vidas que ele ocupa por apenas um dia. Até que ele acorda no corpo de Justin e conhece Rhiannon, sua namorada. A vida de A muda completamente quando ele se vê apaixonado.

Acho que esse livro é um daqueles que, mesmo que si tivesse sido mal contado - o que definitivamente não é - ele já seria pelo menos bom porque ele tem uma história incrível. Quando eu comecei a ler e A foi contando um pouco sobre sua existência, o livro já tinha me ganhado completamente. Eu precisava saber quem seria a próxima pessoa que A iria "ser" e achei o máximo como o David Levithan conseguiu trazer tantas pessoas diferentes para o livro. Eu conhecia um personagem diferente por capítulo e cada um deles tinha uma história única, além de estar acompanhando a história do A. A leitura foi uma experiência indescritível. Eu amei amei amei o universo que o autor criou.

Mas, como se não bastasse criar um personagem que vive várias vidas a cada dia, David Levithan tem muitos outros elementos que fizeram deste livro um dos meus favoritos esse ano. Primeiramente, sua escrita. Eu tive contato com ela em Will Grayson, Will Grayson (que ele escreveu com o John Green) e já tinha gostado bastante. Dessa vez não foi diferente. O livro tem passagens bonitas, outras bem engraçadas e tudo flui muito bem. 

Os outros elementos são A se apaixonar por Rhiannon e o autor explorar um pouco sobre o que acontece com as pessoas cuja vida A explora por um dia. Essa segunda parte eu não esperava mesmo e foi muito legal. É uma curiosidade que naturalmente surge durante o livro - como muitas outras, já que A tem uma vida beem diferente - mas que eu não imaginava que o autor fosse explorar. Já a história dele e Rhiannon é demais! Todo dia A é uma pessoa diferente e ele sempre tenta ir atrás dela. Ele inventa umas histórias para se aproximar, ele começa a pensar se vale a pena contar a verdade para ela... Foi um romance bem diferente dos livro YA de hoje em dia e muito bom de se acompanhar. 

Mas, como nem tudo são flores, vamos falar sobre o que eu não gostei no livro. O primeiro é que, quando eu li a sinopse, eu imaginei que A poderia acordar como QUALQUER PESSOA MESMO. Isto é, sem restrição de idade e de lugar. A acorda sempre em lugares relativamente próximos e eu comecei o livro achando que ele iria parar no Japão e aqui no Brasil Acho que ficaria um pouco inviável para o David Levithan desenvolver a história, mas eu fiquei bem triste quando descobri que ele não ia pra longe.

Outra coisa que eu não curti foi o final, por diversos motivos. O principal deles é que eu ainda fiquei com muitas dúvidas, achei tudo muito repentino. Detesto a sensação de que o livro ainda poderia durar mais 200 páginas. Eu só me conformei porque, após uma rápida pesquisa, descobri que haverá um segundo livro, chamado Rhiannon. OU SEJA, MAIS A E RHIANNON E POSSÍVEIS DESCOBERTAS. EBAA <3 

Bom, acho que ficou bem claro que eu recomendo Todo dia. A Marcelle também leu e gostou (talvez não tanto quanto eu, mas gostou!), então vocês tem duas opiniões positivas provando que esse livro não é amor só no meu coração! É geral (Sim, duas pessoas é geral). Vem ler, gente! 

Beijos 
Julia


Resultado Top Comentarista

14 de outubro de 2013

Amores, vamos falar de Top Comentarista. 

Nos últimos meses a vida está difícil e estamos postando menos do que gostaríamos, todo mundo já sabe disso. Por isso, não conseguimos publicar nem cinco posts nas últimas semanas. E, por isso, resolvemos abrir o Top para todas que se inscreveram. Achamos justo porque ninguém deve ser obrigado a ficar catando posts velhos para participar. Esperamos que entendam. 

O ranking ficou assim:

Número Comentarista Número de comentários
1 Rossana Batista 14
2 Roberta Moraes 11
3 Adrielly Pontes 4
4 Rayssa 2

E o sorteio assim:

Logo, PARABÉNS ROSSANA!
Espero sua resposta por e-mail. Você pode escolher entre os livros A Outra Vida e Paperboy. 


E, agora, ficaremos por, a princípio, tempo indeterminado sem um novo Top Comentarista. Não queremos ficar fazendo top com poucos posts. Muito obrigada a quem continua participando e comentando mesmo nessa época. Vamos continuar postando o máximo de pudermos, ok?
Estou, inclusive, deixando vários posts programados para a semana!

Beijos, beijos



Bang! (a revista)

13 de outubro de 2013

Bang! - Edição Brasil
Editora Sextante/Saída de Emergência Brasil
80 páginas
Nº0 / Setembro de 2013 
A revista de fantasia, ficção científica e horror já conhecida em Portugal agora também terá suas edições brasileiras graças a uma parceria da editora portuguesa Saída de Emergência (a que levou Game of Thrones para os portugas) com a Sextante aqui do Brasil!

A revista Bang! hoje conta com 15 edições portuguesas e uma brasileira. E elas existem em versão on-line disponíveis para nós, além de que, a versão impressa também é gratuita. Sim!

A Bang! trará quadrimestralmente resenhas, contos, novidades, matérias e um mundo de informações sobre a literatura fantástica. Particularmente, achei essa revista uma tortura porque ela fica falando bem de vários livros que parecem ser tudo o que eu mais amo ler. Mas eu não posso simplesmente ler tantos livros assim e ainda me formar e manter meu emprego!


O destaque da revista são as novidades da coleção bang! (só literatura fantástica morrendo). E o destaque dos destaques é o livro de setembro Mago Aprendiz (Livro Um da Saga do Mago). Ela apresenta o livro e o autor:


E também o lugar e os personagens:


Obviamente isso não é tudo, a revista traz bastante conteúdo e com uma linguagem nerd e descontraída . 
Confesso que eu nunca fui muito de revistas, meu negócio sempre foram os livros, mas uma revista sobre livros fantásticos é meio difícil de resistir, então estou adorando. 
A coleção também contará com livros do estilo ficção científica, horror e steampunk:


Ela também traz uma matéria sobre as origens do fantástico no Brasil, uma entrevista com o Eduardo Spohr e uma senhora entrevista com o George Lindo R.R. Martin:


Vamos então ao que interessa:

Você pode baixar a revista nº0 aqui.
Fuxicar o site da Bang! aqui.
Fuxicar o site de Saída de Emergência aqui.
Curtir a revista no facebook aqui.

Animou?

O Projeto Rosie - Graeme Simsion

9 de outubro de 2013


 

O Projeto Rosie
The Rosie Project
Grame Simsion 
Editora Record
320 Páginas
2013

Ganhei o Projeto Rosie de presente de aniversário quando fui a bienal do livro esse ano. Eu estava muito animada pra ler este (pra quem não lembra, ele era número 1 na minha wishlist de aniversário), mas acabei lendo outros livros primeiro por que eram menores e eu estava no processo de carregar eles pra casa de um em um (então eu meio que precisava que desse pra ler tudo em uma viagem de ônibus).

Projeto Rosie conta a história de Don Tillman, um homem... especial. Professor associado de genética numa faculdade prestigiada, ele vive sua vida de acordo com regras muito rígidas: tem um dieta especifica pra cada dia da semana, uma programação acirrada como rotina e pouquíssimos amigos. Todas as suas decisões são completamente racionais e seguem princípios morais e lógicos. Mas esse estilo de vida não cobre seu principal problema: por causa de sua inaptidão social, ele não consegue encontrar uma parceira adequada. Tentando resolver a questão, ele cria o Projeto Esposa: um questionário de avaliação meticuloso para encontrar a sua parceira ideal. Como se isso já não fosse receita pra todo tipo de confusão e situação estranha, as coisas saem ainda mais de seu controle quando ele conhece Rosie, uma mulher completamente inadequada que precisa de sua ajuda e a quem ele não consegue resistir.

Projeto Rosie é um romance e um Lad-lit, (contado a partir de um ponto de vista masculino) e eu gosto muito do estilo. Quando comecei, estava muito empolgada, e apaixonada pelo modo como a coisa se desenvolvia e pelo ritmo da leitura. O próprio protagonista é um personagem cativante e com características muito peculiares e, para mim, bastante óbvias: Don, apesar de nãos se identificar como tal, é claramente autista. Já falei um pouco sobre o tema por aqui, mas, em linhas gerais, a coisa é a seguinte: tenho um irmão autista de 8 anos e sei bastante sobre a coisa. Gostei de ver o livro tratando Don como uma pessoa normal, só que com algumas manias de vida por conta de como se organiza seu pensamento. Como personagem autista, como pessoa autista, a única coisa que fazia dele diferente de mim, de você ou de Rosie, era sua maneira de ver o mundo. Ele é extremamente lógico, talvez até um pouco anti-social. A gente sente o mundo diferente.

Isso dito, gostei bastante do livro até mais ou menos a metade, quando Rosie vai ferrando mudando completamente a vida de Don. Ele vai largando algumas de suas manias, vai deixando de lado algumas de suas regras sagradas, vai descobrindo novas coisas. Até então, apenas amor e romance. Mas aí chegamos ao problema que, para mim, estragou consideravelmente a experiencia de Projeto Rosie: Don foi posicionado como um homem errado e que devia ser mudado (!!). Como personagem autista, ele tinha suas limitações, mesmo. Mas o que o livro foi mostrando, de modo meio estranho, meio distorcido, era que ele que tinha que se adaptar aos caprichos e desejos que os outros tinham pra ele. Claro que, um ajuste ou outro não faria mal (e não fizeram mesmo). Mas o livro teve a pachorra de mostrar pra mim que ele era "inconsertável" e que era por culpa dele mesmo que ele não conseguia se relacionar com as pessoas "normais". Rosie em momento nenhum aparece como errada por não se dispor a aceitá-lo como ele é. Em nenhum momento, até o final (só Claudia salva, Cláudia, eu te amo).

Então, fiquei meio assim com Projeto Rosie. Não sei se recomendo. É claro que estamos dentro da cabeça de Don o tempo todo e essas falhas de posicionamento podem ter sido propositais, pra mostrar que ele, assim como todo mundo, tentou mudar por amor. Mas me incomodou, e muito, o modo como isso foi feito.  Como se ele não tivesse jeito. Fiquei sentida por, na primeira vez que tenho a oportunidade de ler um livro com um personagem autista, essa seja a mensagem que estão tentando passar. Pra quem já leu, fica meu pedido: gostaria de saber o que acharam desse ponto específico. O livro ainda é divertido e o romance ainda é bonitinho, mas... achei a fonte da diversão meio torpe. Achei meio preconceituoso bobinho.

Então, era isso. Dá série não sei se gostei, da série "fiquei ofendida, deleta".

Beijo, beijo,

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