Never let me go - Kazuo Ishiguro

10 de maio de 2014

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Never let me go
Kazuo Ishiguro
304 páginas
Vintage Books 
Edição de 2010 



Já tem alguns anos que eu tenho esse livro em casa, sempre quis ler e, por algum motivo que a ciência não explica, enrolei todo esse tempo. E é terrível o arrependimento que bate quando você lê um livro maravilhoso que você deixou todo esse tempo na estante. Para quem se interessar, o livro já foi traduzido pela Companhia das Letras. Como eu li nessa edição, achei que fazia mais sentido colocá-la no post.

Em Never let me go, Kathy H. narra sua história aos 31 anos, dos qual ela passou 11 como "cuidadora" (ou carer, no original). A partir desta data, ela começa a relembrar sua vida, começando por sua infância em Hailsham, com Tommy e Ruth, e como há algo sobre eles e todos os alunos de lá que os torna diferentes. 

Eu não sei se é exatamente um spoiler contar o que é, mas acho que a experiência da leitura pode ser melhor se você não souber. Eu comecei o livro já conhecendo esse fato, foi o que me fez querer lê-lo, inclusive. Mesmo assim, vou tentar fazer a resenha sem tocar no assunto. 

Algumas coisas que vocês devem saber sobre esse livro é que este é um livro distópico, mas não associe isso a um futuro distante em um mundo pós guerra. É o século XX. Além disso, o foco do livro é como esse aspecto da sociedade afeta os personagens. O livro está focado no íntimo de Kathy, seus sentimentos, lembranças e desenvolvimento. E ele tem um tom pesado exatamente por isso. O que acontece com os personagens é realmente cruel e ainda acompanhamos seus conflitos internos relacionados a problemas cotidianos. Então, o o livro é excelente, mas não o procure se você está em busca de uma distopia como as últimas que lançaram por aqui, ou um pouco de ficção científica, senão vai se decepcionar. 

Outro ponto interessante é como ele é narrado: Kathy simplesmente vai falando as memórias que vem em sua cabeça, então pode ser um pouco confuso no começo, mas fez com que eu me sentisse mais próxima da personagem. O final de uma história dela a faz lembrar de outro evento e as memórias prosseguem mais ou menos desse jeito. Isso torna o livro um pouco mais lento, mas não chega a ser um defeito de maneira nenhuma. Na verdade, eu me vi tão envolvida com a história e os personagens que eu não consigo pensar em nada que tenha me incomodado de verdade. Sim, eu gostaria que Kathy falasse mais o que pensava e a Ruth poderia ser um pouco irritante, mas eu aceitei esses defeitos delas, assim como suas personalidades como um todo.

Se eu pudesse mudar o alguma coisa no livro, seria a terceira e última parte dele. Ela representa o presente e, infelizmente, eu a achei muito corrida. Nesse momento, muitas coisas acontecem em poucas páginas, além de eu querer passar um pouco mais de tempo no universo que o autor criou. Tanto que, assim que terminei de ler, corri para ver o filme, para matar as saudades de uma das histórias mais interessantes que li no ano, e acho que na vida. Eu realmente amei Never let me go, e acho que, se você ler, vai amar também.

beijos 


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