O Menino do Pijama Listrado, de John Boyne

O Menino do Pijama Listrado

John Boyne

Editora Cia das Letras

192 páginas

Eu lembro do dia que ganhei esse livro. 

Lembro de chegar em casa, começar a ler e não parar mais (ok, sao só 186 páginas). Mesmo assim, foi, provavelmente, um dos que mais me hipnotizou. Mas, vamos a história antes de tudo.

"O Menino do Pijama Listrado", de John Boyne, foi publicado no Brasil pela Companhia das Letras. Ele conta a história de Bruno, de 9 anos. Aliás, Bruno conta sua própria história. Filho de um oficial nazista, ele se muda com seus pais e sua irmã mais velha, Gretel, para uma casa nova, logo no início do livro, por ela ser mais próxima de um campo de concentração. Mas Bruno não acha a ideia tão boa assim. Ele se afasta de seus amigos e não tem nada nem ninguém pra brincar. Só seu balanço. Até que um dia, Bruno decide brincar de explorador e encontra Shmuel. Shmuel é judeu e mora no campo de concentração. E se torna um dos melhores amigos de Bruno.

O que me fez querer ler esse livro é ele trazer a II Guerra Mundial e o nazismo como pano de fundo. Eu realmente admiro livros de ficcção que saibam tratar desses temas. No final, ele era muito diferente do que eu imaginava, mas não me decepcionou de maneira alguma. 

Por ser narrado por uma criança de nove anos, o livro é bem simples, direto, resumido. Não há descrições enormes e detalhadas sobre nada. Além disso, embora filho de um oficial, Bruno é bem ingênuo. Ele não sabe quem são os oficiais nazistas, o que é um campo de concentração. Isso é quase estranho, porque eu me perguntava como o pai dele não tinha explicado pra ele. Embora pareça um grande absurdo uma criança entender os ideais nazistas, elas se alistavam bem jovens na época da Guerra. Além disso, sua irmã, Gretel, embora não muito mais velha, não só compreendia perfeitamente a situação, como concordava inteiramente  com tudo. Apenas Bruno permanecia alienado.

"Cercas como essa existem no mundo todo.
Esperamos que você nunca se depare com uma delas"

  Bruno ser o narrador foi a parte que eu mais gostei do livro. Embora possa parecer falho para alguns que já leram, porque o final é vago e Bruno não se importa em narrar tudo, é uma visão muito diferente sobre guerras, nazismo, xenofobia. E amizade. A proposta de John Boyne é muito diferente e ele foi muito bem sucedido nela. É super bem escrito, eu mergulhei dentro da cabeça de Bruno. É um livro muito, muito bonito. E uma leitura bem rapidinha.  Recomendo.

Obs.: Tem filme, como muitos sabem. Tentei não ficar fazendo comparações durante a resenha, mas não podia deixar de comentar. Como o livro é curto, o filme foi bem fiel a ele. Eu gostei, mesmo querendo mudar o final, porque eu o tinha imaginado bem diferente. Mesmo assim, acho que vale a pena ver (depois de ler o livro, claro).

Por Mel