Divergente - Veronica Roth

25 de abril de 2013


Divergent
Verônica Roth
Editora Rocco
504 Páginas

A humanidade se exauriu. As guerras, a violência e os erros de julgamento levaram os homens a um ponto tão baixo na história que chegou-se a conclusão de que "defeitos" específicos de caráter causaram o declínio da sociedade. Numa Chicago futurista, os homens restantes se dividem em facções, que trabalham juntas pelo equilíbrio. Surgem então a Abnegação, a Amizade, a Audácia, a Erudição e a Franqueza, cada uma focada em viver e fazer uso do que acredita que faltou aos homens que destruíram o mundo como ele era. A escolha da facção que governará sua vida é feita através de um teste quando se alcança os 16 anos. É imprescindível se encaixar em uma, por que não pertencer a nenhuma facção é como não existir. 

Beatrice nasceu na Abnegação e está as portas do seu teste "vocacional", que lhe indicará a qual facção ela pertence. Embora ela seja livre para escolher qualquer facção que deseje na cerimônia, ela sabe que é seu dever permanecer junto com sua família na facção onde cresceu. A Abnegação não demonstra afeto ou liga para as próprias necessidades e seus membros são rígidos e não cultivam individualidades. Beatrice não está certa de que pode viver assim para sempre.

"Os testes não precisam mudar nossas escolhas", é o que ela repete para a família e para sí mesma, tentando se convencer a permanecer na facção com menos recursos e conforto. Seus testes, no entanto, apontam um resultado diferente, surpreendente e perigoso. E, quando chega a hora de escolher seu destino, ela toma um ato de coragem, um que muda sua vida completamente. De repente, ela se vê diante da chance de ser uma pessoa diferente e que vive suas vontades. Mas, junto com as oportunidades, vem desafios tão grandes que ela não sabe se pode vencer, e perigos tão imensos que ela não tem certeza se existe alguém em que possa confiar.

Provavelmente o melhor livro que li nos últimos tempos. Distópico, Divergente mistura a dose certa de problemas familiares, conflitos sociais, crescimento pessoal e ação desenfreada, criando um livro que tira o fôlego de qualquer um que resolve embarcar na leitura. A obra tem o mesmo estilo de Jogos Vorazes, e aqui, como na série da Suzanne Collins, também me encontrei á beira de um ataque de nervos com o virar das páginas.

Todos os personagens, dos menores aos mais cruéis, são tão bem descritos que sentimos conhecê-los a fundo. A maldade é inerente em alguns, e outros são movidos por tais impulsos e genialidade que não é possível realmente detestá-los. Alguns são covardes e nós os odiamos, por que a cultura da coragem e do desafio é algo que vai crescendo junto com a Tris no decorrer do livro. O romance é meio blé, mas ele não é o maior ponto da história, nem nada. Quatro é indispensável como o tutor que guia Tris pela história. Ele a ensina o que ela precisa saber para sobreviver apesar de ter vindo da Abnegação, como usar seus pontos fracos e fortes. Destaque para Uriah, meu querido personagem favorito um nascido na facção a que Tris se dirige, mas que é um bom amigo e uma coisa fofa, em nada o que você espera de alguém de onde ele é, e para Tori, a tatuadora mais cheia de amor e passado triste que a gente vai encontrar na vida.

Tris sendo awesome nos testes de iniciação
Senti arrepios em praticamente todos os testes, e me peguei agoniada por que não consigo me imaginar passando por metade deles. Tris não parece assim tão impressionante no primeiro momento, e simpatizar com ela é inevitável enquanto a vemos crescer dentro da facção. Embora guarde muitos preconceitos, me apeguei muito á Audácia e seus membros, assim como ao seus estilo de viga perigoso. É um pouco perturbador como certos comportamentos são tão próximos da nossa realidade, ver como funcionava a mente de certos líderes, como era impossível ser diferente, ser livre, ser único. Tem a ver, e muito, com a nossa massificação, com a perda da identidade, com a facilidade de manipulação. Tem assustadoramente a ver com minhas aulas de comunicação e política e sociologia. Gostei particularmente desse aspecto do livro, e foi uma das minhas partes favoritas, logo depois de toda a parte prática dos testes, da fase "aprenda na marra como viver por aqui".

Enfim, é um livro que recomendo terrores, com amor e paixão e enlouquecimento, por que é deveras bem escrito, tem uma história sensacional sobre controle, manipulação e individualidade, e tanta ação que faz até a gente prender a respiração. Segure o fôlego e caia de amores, por que Divergente com certeza tem potencia para ser a estrela da próxima grande onda distópica.

Beijo, beijo,
Thai.


Divergente terá versão para as telonas! A Summit é a produtora responsável pelo filme, que sai em Março do ano que vem. Eles já estão filmando, e o cast vive jantando junto por aí. Kate-Titanic-Winslet fará Jeanine, uma das vilãs da história. No geral, gostei muito do casting feminino da série mas, entre os homens, quase ninguém se adequou ao que eu imaginei. Momento de dor agora, por que acabei de ler que Uriah não vai estar presente até o segundo filme. Ai, que dó de mim.  O filme está prometendo ficar pelo mesmo nível que a adaptação de Jogos Vorazes. Não sei... Vamos esperar pra ver, sim?



Fonte da imagem: Divergente Brasil
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