Clara Hutt: Uma Vida de Bandeja, India Knight.

12 de maio de 2011


  Chick Lit! Preciso admitir, estava precisando muito de leitura desse gênero. E algo que não fosse total água-com-açúcar ou puro-drama-com-final-magicamente-feliz. E, acredite, Clara Hutt não é nada disso.
  
Uma Vida de Bandeja conta a história de Clara, uma mulher de 30-e-poucos anos com tudo nas mãos pra ser feliz: um casamento bem sucedido com um marido bom e bonito, dois filhos fofos, uma situação financeira boa, um trabalho, uma casa grande e confortável... mas nada disso adianta, ela não está plenamente satisfeita. Clara, na verdade, está meio entediada. Não a entenda mal, não é que ela não goste do que ela tem (ela até gosta de "contar as suas bençãos"), ela só não se sente completa com tudo isso. Como se estivesse faltando alguma coisa. E todo mundo meio que passa por isso, não é? Não é nem mesmo preciso ter 30-e-poucos para querer um pouco mais da vida do que simplesmente rotina. 

   E ela até está lidando bem com isso, até o momento em que conhece o dançarino Sam Duphy, para fazer uma entrevista exclusiva com ele para a revista em que trabalha. Num momento bem típico de Chick Lit, ela acaba meio bêbada e sendo nada simpática com o homem, que vai embora devidamente ofendido e irritado com a falta de profissionalismo da nossa Clara. Mas, ao que parece, ele acabou achando tudo muito divertido no melhor estilo depois que passa, a gente ri e envia convites para Clara assistir ao seu espetáculo, e pra festinha e jantar intimo depois dele. Desconfiadissima, Clara vai, acompanhada do marido Robert. E não é que ela se diverte?  Renovada, Clara resolve que é hora de recuperar a chama do casamento. Mas as coisas estão meio estranhas....

  Bem, Clara Hutt não é o chick-lit que conta uma história de amor divertidinha, ok? Não sei porque o resumo na orelha do livro ficou tentando me dizer isso, como se o Sam fosse o causador da mudança na vida dela. No Way, meus caros, no way. É, na verdade, a história da mulher normal, casada, com filhos lindos portadores de um vocabulário inexplicável, querendo ser feliz. É divertidissimo acompanhar suas crises, suas culpas, suas amigas (a traída, a traíra, a solteira, etc, etc) e sua dinâmica familiar (a mãe dela me fez muito lembrar da mãe do Charlie de 2 and a half, só que mais legal). Gostei muito também dos filhos dela. Eles eram muito peculiares, engraçados e encantadores.

  E as próprias histórias que a Clara conta, céus, são hilárias. Ri horrores de tudo o que foi dito acerca das crianças feias. E do garotinho bebedor de chá, esquecido no balanço. Vocês tem que ler!

  É uma leitura que vale boas risadas e, por que não, um pouco de aflição também. Então sim, considere Clara Hutt um chic lit loucamente recomendado. E, pra você que estava querendo saber, a moral da história é essa: Não se contente com o cômodo. Faça a Madonna e vá ser feliz.

  Beijo, beijo,
       Thai.
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